Por: Valesca Trapp
Atualmente,
os casos de diabetes mellitus tipo 2 tem se elevado expressivamente tanto em países desenvolvidos quanto em
países em desenvolvimento, adquirindo características epidêmicas em diversos
países. Muito se deve pelo aumento da obesidade e sobrepeso nas diversas faixas
etárias, do envelhecimento, das altas taxas de sedentarismo e da mudança no
consumo alimentar, cada vez mais rico em gorduras saturadas e açúcares e
deficiente em fibras e nutrientes essenciais. Há um aumento significativo do
diabetes tipo 2 nas faixas etárias mais jovens, acarretando grandes impactos negativos na qualidade de
vida e também no sistema de saúde.
Uma
pesquisa feita em 1998 já mostrava a redução do consumo de feijão, farinha de
mandioca, arroz e farinha de milho, alimentos tradicionais na dieta do
brasileiro e o aumento no consumo de produtos alimentares criados pela indústria,
como os fast-foods. Essa substituição alimentar se deve em partes à mentalidade
moderna que difunde mundialmente o desejo do consumo ilimitado, da rapidez e da
praticidade; tornando cada vez mais os alimentos menos nutritivos e menos
satisfatórios ao paladar.
“No
Brasil, as cidades das regiões Sul e Sudeste, consideradas de maior
desenvolvimento econômico do país, apresentam maiores prevalências de diabetes
mellitus e de tolerância à glicose diminuída. Os principais fatores associados
à maior prevalência do diabetes no Brasil foram a obesidade, o envelhecimento
populacional e história familiar de diabetes (Malerbi & Franco,
1992).” (SARTORELLI, Daniela Saes; FRANCO, Laércio Joel.)
A tabela abaixo mostra a evolução do crescimento
populacional e das hospitalizações por todas as causas e por diabetes em
Ribeirão Petro, SP.
A crescente alteração na dieta e substituição de
alimentos in natura por alimentos industrializados, com a maior ingestão de ácidos graxos saturados,
açúcares, refrigerantes, margarinas, etc., muito encontrados em fast-food, explica
o grande aumento na quantidade calórica ingerida. Essa crescente alteração alimentar
combinada com o estilo de vida sedentário, compõem um dos principais fatores
etiológicos da obesidade.
O estilo de vida sedentário,
muito favorecido pela vida moderna, possui uma relação direta e positiva com o
aumento da incidência da obesidade tipo 2. Estudos dizem que o aumento das
atividades físicas e o controle do peso corporal diminuiem a resistência à
insulina, ou seja, diminuem os riscos de chance de desenvolver a doença. As
atividades físicas exercem considerável influência no balanço energético,
podendo assim ajudar no quadro da obesidade, aumentando a sim o gasto
energético. A atividade física também aumenta a sensibilidade dos receptores à
insulina.
Programas de prevenção
ao diabetes vem sendo implementados no mundo todo, tendo como objetivo
identificar as melhores formas de prevenção ou retardo do aparecimento da doença
(nos pacientes com fatores de risco). A forma mais efetiva encontarda foi por
meio do estímulo à atividade física e dieta saudável, sendo superior até ao uso
da metformina (droga usada no tratamento do diabetes tipo 2, muito utilizada em
pessoas obesas ou com sobrepeso). Observou-se que a perda de peso reduziu
drasticamente a incidência da doença nas populações de alto risco, ela
combinada com o controle de alguns fatores de risco modificáveis mostrou que
possui maior potencial ainda da redução nos risco de desenvolver a doença.
Referências
SARTORELLI,
Daniela Saes; FRANCO, Laércio Joel. Tendências
do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Departamento de
Medicina Social, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo.
BLEIL, Susana Inez. Vol. O Padrão Alimentar Ocidental: considerações sobre a mudança de hábitos no Brasil. ( Artigo publicado no VI/ 1998 da Revista Cadernos de Debate, uma publicação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da UNICAMP, páginas 1-25.) (http://pessoal.utfpr.edu.br/suseli/arquivos/O_Padrao_Alimentar_Ocidental_consideracoes_sobre_a_mudanca_de_habitos_no_Brasil.pdf) (Acessado 05/10/2013 11:50)
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